terça-feira, 31 de março de 2009

Vidas nas Vidas de outras vidas

Há Vida na minha vida. As suas tentativas (frustradas) de chegar mais cedo ao trabalho levam-me às minhas (também frustradas) tentativas de não acordar quando o despertador toca. Lá fora, na noite clara, assiste-se aos primeiros rasgares-rosa que anunciam a manhã. Fecho os olhos. Lá fora, na manhã escura, o mundo acorda e, dentro de momentos, juntar-me-ei a ele.
Sinto-me uma das pessoas sortudas que tem a oportunidade de ver Lisboa despertar. O abrir das portas, o estender dos toldos, as caras ensonadas por trás de jornais e do vapor do café quente, personificam o rol de cheiros e sons que se deixam acordar. Existe uma ordem, um fim, um propósito no burburinho que observo.
E os dias nunca são iguais. As montras mudam de cara ou, pelo menos, de cor. Numa cidade pautada pela mudança, há sempre mais um tijolo e menos uma porta. Há sempre mais uma pintura sobre a parede velha e (antes) suja.
As ideias fervilham, a paixão aquece, os olhos cruzam-se e sorriem. A ânsia de Procurar, a ansiedade no Encontrar. A mudança, a superação, a vontade de Caminhar... caminhar... caminhar mais... para mais longe. Há Vida em toda a minha vida... e eu... sinto-a :)

2 comentários:

Satya disse...

é sem dúvida um prazer (e um privilégio) acordar junto a lisboa. Quando o dia ainda surge de mansinho nas trocas que se dão, em toda a parte, no contraste entre os que acordam e os que, noctivagos, vão agora dormir.
o caminho é feito para andar e lisboa é um palco de sensações tão diferentes e tão únicas, que deixam sem dúvida o cheiro da vontade em cada avenida ou travessia. =)
Vou agr tb eu começar a ver lisboa com outros olhos, de manhã!
beijo*

red rice disse...

Pois é, diz que sim, e que bom que vai ser! =)