domingo, 16 de dezembro de 2007

Bebem-se capuccinos, conversa-se, surgem piadas infinitas sobre os ferrenhos do "Dragão"! Tá-se bem por aqui, cidade velha, votada ao desleixo, quase abandono, trazida ao colo por aqueles que, ao contrário de nós, voyeurs, a respiram através das paredes manchadas e das estátuas caídas. A euforia dos (re)encontros deixa agora acordar o silêncio de quem (des)espera nesta sala de chegadas. A certeza de um caminho não deixa o sono chegar, lembranças e devaneios antigos ressoam, impõe-se e preenchem o vazio envolvente, o mesmo vazio que assiste a um retorno, a uma procura eterna que anseia mais por perguntas do que por respostas, que mais do que chegar, precisa caminhar. Mais do que chegar, precisa partir.

Um comentário:

Satya disse...

Tal como ja te tinha dito... as maiores viagens, fazemo-las por dentro.
Além disso, o mundo continua lá fora, na rua, nos lugares e nos momentos. As vontades e os encontros (a necessidade da procura), a descoberta...o preenchimento está, talvez, na ponta da língua mas, quem sabe, esteja num qualquer outro espaço que não se espera, nem conhece (ainda).
E acho que a vida é mesmo isso, se alastra nesse sentido e, afinal, é bom que assim seja, não te parece? Costumava pensar que mais que qualquer coisa me assustava o dia em que não tivesse mais nada para perguntar, mais nenhum "querer saber". Continua a ser verdade.
Nem sempre é fácil, é certo, mas sabes, também nem tudo é díficil. Nem sequer [sempre]uma questão de "piscar ou não", como postaste noutro espaço. Sim, a vida é feita de instantes. Mas é também muito maior que a soma de todos eles.
Por vezes, o mais importante, é não baixar os braços, mesmo que ás vezes não se consiga não fechar os olhos.
Algumas oportunidades surgem, outras criam-se.*
Ps: Já agora, acho que não te disse da 1ª vez, ptt digo agr, gostei mt deste texto! =)