domingo, 23 de dezembro de 2007

"When you are sitting right on the edge of something daring and scary and creative and powerful and perhaps wonderful... and you blink and take a step back. That's the moment. The moment between you and remarkable. Most people blink. Most people get stuck. All the hard work and preparation and daring and luck is nothing compared with the ability to not blink."

domingo, 16 de dezembro de 2007

Bebem-se capuccinos, conversa-se, surgem piadas infinitas sobre os ferrenhos do "Dragão"! Tá-se bem por aqui, cidade velha, votada ao desleixo, quase abandono, trazida ao colo por aqueles que, ao contrário de nós, voyeurs, a respiram através das paredes manchadas e das estátuas caídas. A euforia dos (re)encontros deixa agora acordar o silêncio de quem (des)espera nesta sala de chegadas. A certeza de um caminho não deixa o sono chegar, lembranças e devaneios antigos ressoam, impõe-se e preenchem o vazio envolvente, o mesmo vazio que assiste a um retorno, a uma procura eterna que anseia mais por perguntas do que por respostas, que mais do que chegar, precisa caminhar. Mais do que chegar, precisa partir.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

.:: ideas are bulletproof ::.

day # 0


domingo, 11 de novembro de 2007

Nos sentidos existem

"Existem sentimentos
Traduzindo contrastes
Lições para além do próprio Ser
Viajando pelas terras do Além
Na imaginação do querer
Sentindo a existência
Do Divino que habita em nós
Assim.. Nos sentidos existem"


Eugénio Violante

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A morte saiu à rua

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra
qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum
peito aberto sai


O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do
céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu


Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente
por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence
à terra que te abraçou


Aqui te afirmamos dente por
dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da
estrada, há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação

José Afonso

terça-feira, 6 de novembro de 2007

"Que o Homem consiga partir para a aventura da sua vida e que, ao
encontrar o Outro, conseguia criar pactos de solidariedade, ao invés de uniões de submissão."


António Coimbra de Matos

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

26 to go!

Hull. Mais precisamente Kingston upon Hull. Fim do mundo a 2 horas de Londres, palco das guerras civis inglesas, e de episódios que levaram à abolição do comércio de escravos.
256,200 habitantes, 3 grandes centros comerciais, 1 campo de futebol internacionalmente conhecido, 1 universidade.. e mar, mar muito frio, mas ainda assim, mar! Pequenina e acolhedora, considerada por muitos uma cidade de poetas.. e a cidade onde irei morar nos próximos meses =).

"...E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes, dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusao de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

"GOD is a comedian playing to an audience too afraid to laugh"

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Quanto tempo tem o presente?"

tira a pilha do relógio. pára o sol, a chuva, o luar. cala os outros. impede o galo de cantar, as andorinhas de migrar. não deixes as folhas cair, ou o vento soprar. não deixes que o mar se exalte, que os frutos cresçam, que a joaninha passeie. cala-os. cala o tempo a passar. ri. salta. joga à macaca. joga ao elástico. come gelados antes das refeições. come sopa de goma, fígado de chocolate. dorme com pastilha na boca mesmo que ela se cole ao cabelo. adormece com o teu urso de peluche, e a chuchar no dedo. sonha com campos vastos, com ovelhas a pastar. com póneis a voar, com girafas a sorrir. sonha que vives num castelo de núvens, e que os teus cabelos tocam o mar. com sereias bailarinas, com caranguejos como par. sonha com pedras que cantam e com borboletas que dançam. . o presente será eterno.. o tic-tac não te fará acordar..

Fronteiras

Hoje não levo óculos de Sol. Nem de Sol, nem de Lua, nem de coisa nenhuma. Nem óculos redondos, ou quadrados, ou de cores. Não os levo porque não quero guardá-los. Porque guardá-los implica estragá-los, ou mesmo perdê-los.
Não os quero porque quero sentir tudo. Quero que os raios me queimem, que a areia me cegue, que os olhos matem outros ao cruzar-se. E não quero ter marcas, isso não. Quero ser permeável, quero desbotar, quero contaminar. Quero sentir quem passa, quero marcar quem toco. Porque as roupas com cor diferente se mancham, porque os alimentos trocam de sabor quando se tocam, porque o oxigénio entra em mim, e eu entro na terra. Porque os dedos se entrelaçam, os atacadores se amarram, e a chama arde o papel. Porque tu entras em mim, e porque eu entro em ti: pela boca, pelo sexo, pelos sentidos. Porque tu e todas as coisas se encontram aqui, e me invadem. O vento sopra, os cabelos tocam-me a face, o lenço acaricia os meus lábios. Porque as vozes ao fundo se fazem ouvir, e o cheiro do fim do Verão se faz sentir.
Eu não quero óculos porque não quero paredes. Quero estar aberta, dar de mim, receber de ti. Hoje não levo óculos porque quero sentir-me queimada, e renascer depois disso.