quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Absurdos

Acordei com um pensamento decorrente da conversa de ontem com a S.. Quis provar-lhe que os outros, à semelhança de nós, não estão sempre assim tão seguros de si, não estão assim tão satisfeitos com a sua vida, e não se sentem assim tão livres quanto isso. E quis fazê-lo para que percebesse que é normal que se sinta como se sente, que não é um alien ou uma desgraçada, que o que tinha a fazer era pegar nessa ideia e fazer da sua vida, a melhor vida que conseguisse. Mas a ideia que me atingiu pela manhã foi a de que, a avaliar pelo número de pessoas "infelizes"que conheço, existe mesmo uma gigante percentagem de probabilidade de todos nós caminharmos para essa infelicidade ou insatisfação, independentemente dos planos que tracemos ou das escolhas que façamos. Após a angústia inicial decorrente da sensação de inevitabilidade, senti-me incrivelmente aliviada.

2 comentários:

Satya disse...

"I´m not alone! I´m not alone!"

A sensaçao de não estarmos sozinhos, de não sermos um ser estranho, falhado e incrivelmente miserável como nenhum outro, é sempre uma sensação de alivio. Isto, porque nos remete para uma normalidade socialmente aceite e trabalhada. É um facto!

Não acredito que em momento nenhum da vida, haja alguém que não necessite de buscar esse "alivio" numa angustia que é partilhada por um outro grupo. Afinal, já dizia o Coimbra, a nossa existência só faz sentido em relação, seja ela qual for.

No entanto, acho que a sensação de insatisfação deve ser sempre combatida o melhor possivel. O alivio inicial, não pode ser substituido com o conformismo radical que nos levará, constantemente, novamente a esse beco onde procuraremos a normalidade.

E pronto... tenho o dito!

Beijnho :)

red rice disse...

A única questão é que todas as pessoas já estiveram no ponto em que estamos agora, independentemente da situação, do contexto, ... e aquilo que observas é que, apesar das noites mal dormidas, ansiedades, das buscas e racionalizações pela e acerca das decisões mais acertadas de todas, continuamos a viver na grande probabilidade de estarmos tão infelizes/ insatisfeitos quanto qualquer outra pessoa daqui a 10 anos, so... who cares? Todas as decisões só serão boas ou más amanhã. Let's wait and see.